Skin in the game 101: Como se arriscar pode ser benéfico no início de carreira
Antes de tudo, o que eu estou escrevendo aqui é só um pouco sobre o meu trajeto e de alguns pensamentos que tenho em relação a minha carreira até agora. Isso aqui pode e vai ser diferente pra todos, e isso é normal. Não entenda o que esta aqui como regra a ser seguida, pois tudo vai depender do seu momento e do que você acha que é certo pra você. Dito isso, quero fala um pouco sobre o conceito de Skin in the game.
“Skin in the game” é o termo bem conhecido dentro do mundo dos investimentos, onde traduzido livremente significa “pele em jogo”. Particularmente, eu gosto muito mais de traduzir como sendo “Arriscando a sua pele”. Mas o que isso significa? Espero que não literalmente, mas o termo basicamente diz para você se arriscar e tomar responsabilidade por isso.
Quando estamos no inicio de carreira, muitas vezes, não vão ser nos dada oportunidades de tomar riscos logo de cara. Talvez seu time te coloque para fazer tasks bem básicas no inicio de um projeto, e isso é normal, porém o que você não pode fazer é se conformar com isso e achar que está apenas seguindo a “ordem” das coisas, como se alguma força do além estivesse te guiando a ser um melhor desenvolvedor. Se você estiver totalmente satisfeito com o seu progresso, então você já perdeu o jogo.
Meu primeiro emprego como dev mesmo foi a 6 meses atrás, comecei como trainee trabalhando em uma consultoria. Lá, eu era backend e iria trabalhar com Python e Django. Pra ser bem sincero, eu sabia Python até que bem pois havia estudado isso na faculdade de Matemática, mas não sabia absolutamente nada de Django, assim a primeira coisa que eu fiz foi estudar isso igual um maluco e logo começar a fazer algumas APIs para praticar.
Depois de algumas semanas, pude fazer um projeto interno do zero junto com um pequeno time, também de trainees, e ai que as coisas começaram a ficar legais. A expectativa era que apenas iríamos entregar o mínimo, mas eu sempre estava sugerindo coisas novas que achava que poderiam ser implementadas. Afinal, eu era apenas um trainee por enquanto então eu não tinha absolutamente nada a perder se eu me arriscasse e desse errado, o momento de errar era aquele.
E isso é a coisa mais necessária a se pensar antes de se arriscar:
- Reconhecer quando e o quanto você pode errar.
O melhor momento de arriscar no código e tentar se superar, é no começo da carreira pois seus erros são bem mais perdoáveis e inconsequentes do que se fosse um senior ou algo do tipo. A empresa sabe que você vai fazer cagada, então eu tinha o momento perfeito para me arriscar e tomar responsabilidade das coisas que eu queria implementar e tentar no projeto.
Quando você arrisca, seu código se torna totalmente diferente. Se você da a sua palavra que vai pegar a task que parece mais difícil de fazer, seu código vai se tornar diferente. Você sente o peso do que disse e toma mais responsabilidade e cuidado com o que está fazendo. Você vai sentir quando o seu código não esta bom e vai tentar otimizar ele o mais rápido possível para fazer o deploy, e esse feeling você só consegue se colocando em risco, ou melhor, colocando a sua pele em risco. Durante esse meu tempo como trainee, esse era o diagrama que eu usava para tomar meus riscos:
TLDR é isso que você vive quando “aplica” o skin in the game:
- Você se importa se o seu código vai ter testes unitários.
- Você se importa se seu código está otimizado.
- Você se importa com o que você coloca no seu código.
- Você se importa se o deploy do seu código vai ser bom ou ruim.
- Você se importa. Pois você colocou sua pele em risco.
Se arriscar pode ser muito bom e vai fazer você dar saltos durante seu aprendizado no inicio de carreira, independente do resultado, o mais importante é absorver e nunca procurar ficar acomodado com o que é esperado de você ou em como você acha que está progredindo. É meio óbvio mas, se desafiar e sair da zona de conforto é o melhor jeito de aprender e melhorar.